CALENDÁRIO DO ADVENTO COM CONTOS - DIA 2

 Hoje é Natal, de José Vaz

O avô Fernando chegou de longe com uma mala muito pesada. Ajudei-o a levá-la para o meu quarto e não o larguei mais, enquanto não a abriu. O que traria ele dentro daquela mala tão grande? Prendas de Natal? Surpresas? Brinquedos? Livros? – perguntava a mim próprio. Mortinho de curiosidade, andei à sua volta como uma mosca, a zumbir perguntas.

- Ó avô, o que é que trazes?

- Tem calma, tem paciência, que logo te mostro! – aconselhou, ainda com a voz ofegante por ter carregado comigo aquela mala.

- Anda lá, diz-me só a mim, que eu não digo a mais ninguém!

- As prendas e as surpresas só se mostram logo, depois da ceia. Não sejas chato!

- Diz-me, que eu prometo guardar segredo! – insisti.

Como tinha de entregar à minha mãe uns produtos para a ceia, que tinha trazido da sua terra, começou a abrir a mala devagarinho e eu fiquei à espera que de lá de dentro saísse qualquer coisa de mágico: um avião que voasse – vrrruuum, vrrruuummm – ou uma coisa assim… capaz de fazer pasmar os meus amigos.
Mas não. Apareceram, entre a escova de dentes, a gilete, o pincel da barba, uma toalha de rosto e o pijama do meu avô, vários embrulhinhos amarrados com fitas coloridas, uma garrafa de azeite, um queijo, uma broa de Avintes, um frasco de azeitonas e uma garrafa que parecia ter dentro água amarela.
— Avô, que prenda me vais oferecer?
— Que prenda me vais dar a mim?
Não lhe respondi. A um canto, estava um rolo envolvido em papel azul-marinho, prateado.

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