É Natal, de Ana Oliveira
Aquele
farrapo de homem arrastava-se pela rua
deserta fustigado pelo vento e pela chuva. Mendigava amor. Mas, nem uma mão estendida, nem um abraço se via. O temporal
recolhera toda a gente no seu egoísmo. As montras pareciam insultá-lo, com tanto
brilho dourado e azul prateado a
contrastar com o seu magro rosto vermelho
de frio.
Não houve ninguém
para lhe perguntar se estava bem ou mal.
E os sinos tocavam.
É Natal! É Natal! É Natal!
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