Tecendo o Natal, de Ana Oliveira
Por ser enorme e ter menos uma perna, tecia teias diferentes, por isso a recriminavam e ela isolava-se.
Era véspera de Natal. Quando entrou na sala, sorrateira, para fazer a teia, estranhou. Não havia pinheiro iluminado, nem música, nem cheiro a consoada. Apenas viu Dalila que chorava o seu azar. Fábrica falida, desempregada, fartura só de desânimo.
Então, em vez da teia, com os mais finos fios de seda, Aracnídea teceu o vestido com que Dalila sonhara.
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