DIREITOS HUMANOS, UMA QUESTÃO DE CIDADANIA

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro 1948. Assim, a 10 de dezembro é comemorado, anualmente, o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Este documento proclama os direitos inalienáveis de todos os seres humanos, sejam eles direitos civis e políticos ou direitos económicos, sociais e culturais, pois "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos".

No Agrupamento de Escolas JSC a data foi lembrada através de um conjunto de atividades desenvolvidas ao longo do mês de dezembro para toda a comunidade educativa refletir sobre a importância de vivermos numa sociedade inclusiva e se consciencializar que os Direitos Humanos devem ser postos em prática, diariamente, e não devem ficar circunscritos a um documento. Foram elaborados trabalhos artísticos promovendo a consciencialização e a reflexão em torno dos direitos das crianças, sessão de cinema e requisição de livros da montra da biblioteca escolar sobre esta temática, visualização de filmes em sala de aula, seguida de debate, um desafio da equipa do Plano Nacional de Cinema. O grupo de História partilhou o seguinte texto, na sua rubrica “Pastilhas para a memória”, para reflexão:

“73 anos depois, onde paira a universalidade dos Direitos Humanos?

Hoje, dia 10 de dezembro de 2021, mais uma vez, é urgente dizer não a tudo o que seja violação dos Direitos Humanos. Num mundo cada vez mais desigual, num mundo cada vez mais injusto, num mundo cada vez mais egoísta, mais tecnológico e menos emocional e humano, é urgente a mudança! 

Dizemo-nos cultos, desenvolvidos, tolerantes e favoráveis ao progresso. Mas, na realidade, discriminamos, maltratamos, desrespeitamos e, mais grave ainda, ficamos indiferentes aos que o fazem, não intervindo. Aconchegados no conforto de uma consciência que vive embriagada de “pós” de “eu não sou pior do que os outros”, fazemo-nos de mortos face ao sofrimento alheio. E assim, 73 nos depois da Declaração Universal dos Direitos Humanos ser publicada, continua a ser um conjunto de magníficas intenções, sobretudo nos países onde a pobreza fala mais alto, onde a ignorância é rainha, onde a justiça é só para os mais ricos… 

No século XVIII os humanistas apelavam ao fim dos atropelos à dignidade humana, que se traduziam no abuso de poder, na intolerância, no desrespeito pelos direitos naturais – liberdade; julgamento justo; oportunidades para todos independentemente do “apelido”, leia-se igualdade; posse de bens e liberdade de consciência. Mais de dois séculos passados, continua quase tudo na mesma… 

Precisamos urgentemente de uma luz que ilumine o povo! Não uma luz de carne e osso. Uma luz que seja resultado do conhecimento histórico, da análise atenta ao mundo em que vivemos. Precisamos da luz da tolerância. Precisamos da luz do respeito. Precisamos da luz do Amor desinteressado e humanista. Precisamos da luz do conhecimento fundamentado. Precisamos de apostar na educação e no lado humanista que ela nos pode dar. Precisamos de ensinar mais História. É urgente aprender com o passado de forma a evitar que se repitam os mesmos erros!

Por todos os que continuam a sofrer a privação da liberdade física, de pensamento, de expressão, religiosa, de orientação sexual, não podemos ficar em silêncio. Porque hoje, e todos os dias, são dias de respeitar e assegurar o respeito dos Direitos que nos unem a todos e fazem de nós, Humanos.

São estas pequenas sementes que, um dia, darão frutos para que o Mundo posso vir a conhecer a justiça e a igualdade.”


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