DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL E JOSÉ SARAMAGO - RESPOSTA AO DESAFIO

A Direção Geral do Livro e das Bibliotecas desafiou, a biblioteca escolar desafiou e uma aluna aceitou o desafio.

DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL E JOSÉ SARAMAGO 

 A jangada dos sonhos

O dia estava quente e eu ali sentada na areia macia, com os meus pés a remexer e remexer naqueles pequenos grãos brilhantes.

Uma onda invadia o meu espaço de vez em quando, cobria-me, salpicava-me e refrescava-me. 

Não estava sozinha, nem me sentia só. Não, comigo tinha um livro, “O poder da música”. Nunca o tinha lido, mas quis perceber o que era a música além dos sons e dos ritmos, assim como os músicos que a escrevem, tentando compreender a influência que esta tem nas pessoas.

A música muda vidas e nesse momento mudou a minha. Quase que por magia, o livro transformou-se numa forte e robusta jangada, no entanto acolhedora. Foi aí que me separei do resto do mundo, um mundo no qual às vezes é difícil viver, onde apenas se sobrevive. Andei à deriva muitos, muitos e muitos dias, sem ter a noção do tempo.

Medo?! Talvez um pouco. Mas os sons das ondas, do vento e dos animais, acompanharam-me nesta aventura de grandes descobertas.

Até onde me levaria esta jangada? 

Em pleno Oceano Atlântico passei por diversos países e, ao longe, vi a costa e ouvi os sons e o ritmo das cidades. Atraquei em alguns portos, era tudo novidade. Vi músicos experientes e conhecidos, mas conheci outros que eram totalmente desconhecidos, contudo criavam e encantavam quem passava e parava para os escutar. Ainda estavam na sombra da fama.

Agora, já na jangada, à deriva em águas límpidas, calmas, de tonalidades esverdeadas e azuladas, apercebi-me que estava no Oceano Pacífico. Que beleza sem fim!

Aproximei-me. Entre bailes e bailaricos, ritmos à volta das fogueiras, no meio da luz, homens, mulheres e crianças, vestidos com roupas alegres e coloridas, entoavam canções, dançavam e soltavam gargalhadas. Sentia-se uma paz e uma harmonia, em toda aquela simplicidade, cujo objetivo era ser feliz.

Nada de guerras, nem de mortes, nem de discriminação. Todos eram iguais!

Cada um era como era!

Cada qual dançava à sua maneira!

E cada um era feliz com o que tinha!

As guitarras, os picolos e o rufar dos tambores, ouviam-se ao longe, como que a chamar-me. Não fui, porém continuei feliz por saber que ainda há pessoas felizes….

Mas onde iria eu parar?

De repente, senti um solavanco e a jangada parou, saltei para a água fresca, dei uns passos e estava em terra firme. Ao longe, vi um edifício velho, majestoso, grandioso e entrei.

Oh, os meus olhos nem queriam acreditar. Estantes cheias de livros!

Poderia entrar? Com cuidado, entrei, peguei num livro e sentei-me a lê-lo. Adormeci de cansaço.

Pela manhã, fui à procura de algo para comer, mas a floresta era densa e húmida. Caminhei, caminhei…e na orla da floresta uma comunidade pequena, com habitações de colmo e, mais uma vez, gargalhadas e canções pairavam no ar. De onde viriam? Andei mais um pouco e deparei-me com um espaço enorme com jogos para crianças. Até que um dos cantos me captoo a atenção. No centro, um homem já bem velho contava histórias. Umas eram narradas outras cantadas que tornavam felizes aquelas crianças e jovens. Aproximei-me, sentei-me, saudaram-me com sorrisos e apesar de não falarmos a mesma língua, através das canções, dos gestos e de alguns instrumentos rudimentares, comunicamos e foi muito bom.

A minha jangada esperava-me. Estava na hora de partir, sem destino. Para onde me levaria?

Rita Almeida Soares Oliveira, 8.ºA 


Comentários

  1. Que lindo! 😍 Parabéns Rita 👏👏👏

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  2. Gostava de ir nessa jangada de sonhos!!! Parabéns!

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