QUEM ME DERA SER ONDA - OPINIÃO DE LEITURA

 Um livro, duas leituras.

O romance Quem me dera ser onda, de Manuel Rui, é uma obra que aparenta ser, de certa forma, simples e ingénua, porém esconde alguns aspetos impactantes e profundos como a crítica social que o autor faz questão de destacar no seu livro. A história narra a relação entre duas crianças (Ruca e Zeca) e um porco, cujo nome é Carnaval da Vitória, e esta relação, no decorrer da obra, é usada como metáfora para os problemas da sociedade angolana pós-independência.

Na minha sincera opinião, achei o livro bom, porém não muito fantástico, é um livro com pontos fortes e pontos fracos. Existem alguns aspetos marcantes no decorrer da obra, o que a torna inesquecível, como a complexidade e a profundidade das personagens. Cada personagem é retratada com a sua própria personalidade, com os seus sonhos, medos, dilemas e conflitos internos, o que nos leva a estabelecer uma ligação com as personagens e consequentemente com a história em si. Além disso, a linguagem simples e direta utilizada pelo autor facilita bastante a identificação do leitor com as personagens e as suas vivências.

No entanto, como disse anteriormente, apresenta alguns pontos negativos. Para mim, um deles é a narrativa. A narrativa apresenta algumas limitações, em alguns momentos, pois o ritmo da história é um pouco lento e de certa forma gradual, passivo, no entanto há outros acontecimentos que são narrados de forma rápida e superficial. Isso prejudicou um pouco a fluidez da minha leitura, e claro, a compreensão de alguns acontecimentos, e o pior é quando o autor coloca uma grande quantidade de personagens e acontecimentos ao mesmo tempo, dificultando assim a minha compreensão da história.

Em relação ao final da obra, posso dizer que é outro ponto negativo. Fiquei com a impressão de que o autor poderia ter explorado mais algumas questões importantes, como o destino das personagens após a independência de Angola, por exemplo, ou até mesmo as consequências das escolhas que cada personagem efetuou naquele tempo. Essa falta de um desfecho em concreto frustrou-me, esperava um desfecho mais concreto e não algo tão abstrato e “sem sal”.

No entanto, apesar dessas limitações, Quem me dera ser onda é uma obra relevante e muito significativa dentro da literatura angolana, pois aborda temas importantes e atuais. A qualidade da escrita, a profundidade das personagens e a capacidade do autor em retratar a realidade social e política do país são pontos fortes que tornam a leitura valiosa e enriquecedora.

Recomendo definitivamente esta obra, não só pela qualidade do autor em retratar bem aquela época, mas também pelas mensagens ocultas que esta história nos traz, fazendo-nos pensar e refletir sobre o livro e todo o seu contexto. 

António Duarte, 10.ºB


A obra Quem me dera ser onda, de Manuel Rui, é um romance que demonstra a emocionante paixão de dois miúdos sonhadores por um porquinho. 

Achei o romance interessante e fácil de ler. Gostei especialmente do retrato que o autor faz da sociedade angolana e da forma como expressa os mais belos sentimentos humanos. É um livro cheio de mensagens simbólicas e de metáforas.

Recomendo a sua leitura, pois embora tenha um final inesperado faz com que o leitor deseje saber mais sobre o fim do livro.

Carolina Bastos, 10.ºB




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