SER ESCRITOR É COOL 2023-2024 - TEXTOS SELECIONADOS EM VOTAÇÃO

 

Mais uma vez, o Agrupamento está inscrito no concurso "Ser escritor é cool", um desafio da Rede de Bibliotecas Escolares. Os textos que se seguem foram selecionados, mas apenas um pode ser enviado a concurso. Assim, um júri constituído por professores vai selecionar um, e a sua opinião terá um peso de 75%. A votação popular terá um peso de 25% e deve ser feita nos comentários desta publicação. Para isso, basta abrir os comentários e escrever o número do texto preferido. Só se aceitam comentários que estejam identificados com o nome do votante.

O tema do texto é: 

"Todos nós usamos a imaginação para criar mundos e cenários. Conta-nos uma história ou descreve uma ideia criativa que tenhas tido recentemente."

TEXTO 1

A minha história

Sou filha única e, como tal, oiço frequentemente pessoas da minha idade reclamarem como o seu irmão ou irmã conseguem ser irritantes; outros dizem ter inveja de mim, pois os meus pais não precisam de dividir atenções.

Mas, a verdade é que ser filha única consegue ser bem solitário. Quer dizer, sim, os outros estão certos, tenho tudo o que quero, tudo menos a sua presença. Devido a isso, a minha realidade passou a ser um pouco diferente, digamos que tenho superpoderes desde pequena. Ao contrário dos meus colegas que achavam entediante olhar para as palavras de um livro, eu passei a usar a leitura como uma forma de fugir da realidade. É aí que o meu superpoder entra. 

Nunca sentiram como se estivessem a viver o que leem? Bem, parece-me que é um pouco mais sério do que isso. Desde sempre, mal as minhas mãos abriam um livro e os meus olhos liam a primeira palavra, eu era magicamente sugada para dentro desse livro; o meu corpo estava cá, mas, na minha cabeça, eu era tudo menos eu. Esse poder, por vezes, entretinha-me, outras, assustava-me, principalmente quando lia livros de terror. Ser transportada para o livro de Coraline* não foi uma experiência lá muito boa. Até hoje, tenho medo de abrir portas…

Ao longo dos anos, assim que recebi a droga que todos os adolescentes recebem, o telemóvel, fui deixando os livros e cheguei a pensar que os meus poderes tinham desaparecido. Mas tudo mudou quando a minha mãe me presenteou com um livro dourado sem nenhuma palavra no seu interior.

– Passaste toda a tua adolescência a fugir do nosso mundo, tentando arranjar um mundo onde te encaixasses. Não pertences a nenhum mundo dos livros que lês e, por isso, acho que está na hora de escreveres a tua própria história, o teu próprio mundo.

O livro dourado começou a brilhar e letras apareceram magicamente formando um título, “A minha história”. A partir desse dia, sempre que podia, pegava nesse livro em branco e teletransportava-me para o meu mundo, criando as coisas à minha maneira. Não pensem que deixei o telemóvel de lado. Escrever enquanto oiço música, dá um efeito sensorial incrível. 

Tudo começou com os rabiscos que fazia, mais tarde apaixonei-me pela leitura e, agora, digamos que amo tudo isso. Afinal de contas, a escrita e a leitura são irmãs. Não é possível escrever sem saber ler e, para mim, ler é a forma de saber escrever. Não só me tornei a protagonista da minha própria história, como me tornei amiga de personagens de outras histórias. 

Parei de tentar encaixar-me num mundo que não é meu, mas, não me entendam mal! Mesmo escrevendo, não deixo de visitar outros mundos. E estamos a chegar ao fim da minha história. Agora, tenho de ajudar a Coraline a fugir das garras da outra mãe… E o que seria um chá sem a companhia do chapeleiro louco? Não é mesmo?


* Neil Gaiman, Coraline e a Porta Secreta (2002)

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TEXTO 2
O mundo perfeito... onde todos respeitam e se respeitam

Um dia vou acordar, vou olhar pela janela e verei as pessoas, as casas, os carros, as árvores.
As flores terão o mesmo cheiro e a mesma cor de sempre, os pássaros continuarão a cantar e a espalhar a sua alegria. As crianças continuarão a correr e a gritar alto, muito alto. Os gatos vão continuar a esticar-se e a assanhar as suas unhas, os cães vão continuar a lamber os seus donos e a enroscar-se nas suas pernas. Mas as pessoas …
… as pessoas vão acordar diferentes, como se tivessem bebido um chá. Um chá de folhas de alma, com gotas de gengibre de paz, tudo bem descansado numa infusão de paciência e tolerância e adoçado com umas colheradas de bondade e de carinho.
Depois desta infusão, já nada será igual. O mundo não será o mesmo mundo porque as pessoas que o habitam serão diferentes. Invadidas por sentimentos de ajuda, partilha, respeito, amor, compreensão e aceitação, transformá-lo-ão.
As guerras irão terminar, porque o orgulho, a ganância, a riqueza e o poder não serão a prioridade. Não serão admirados, nem invejados ou desejados. 
A palavra fome deixará de existir, porque tudo será partilha, paz e harmonia e, como compensação, a Natureza será mais limpa e graciosa. Será iluminada, fértil, repleta de vida.
As pessoas não terão de competir entre si, porque todas serão seres únicos e individuais, e estarão completos quando os outros também estiverem. 
A alegria e a gratidão dominarão a tristeza, a incerteza e a dúvida. As pessoas serão capazes de olhar o outro nos olhos e de dizerem o que lhes vai na alma, sem falsidade, nem maldade, sem mágoa. 
Todos serão iguais, em direitos e deveres, em afetos e criatividade, em ações e emoções.
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TEXTO 3

Onde estás, mundo belo?

 Recentemente, tive um sonho que poderia ser uma excelente ideia relacionada com a procura de um mundo mais justo onde os direitos humanos fossem respeitados.

Um sábio inventou uma forma de as pessoas se respeitarem, se compreenderem e cada pessoa passou a ser vista como alguém único, irrepetível.

E porquê a urgência desta invenção?

Atualmente as pessoas fora do “padrão” instalado na sociedade não são propriamente pessoas respeitadas. Se não se coadunam com a maioria, dita normalidade, são vítimas de violência e discriminadas, acabando por viver à margem da sociedade.

A forma que o sábio inventou para terminar com esta injusta situação foi um comprimido que, engolido, atingia os corações de todas as pessoas em todas as regiões do mundo.

No começo, foram testadas quantidades em pessoas menos problemáticas e mudanças suaves começaram a despertar a compreensão dos diferentes pontos de vista. Conforme esse comprimido proliferou e chegou a diferentes partes do mundo, as guerras diminuíram, as desigualdades e a falta de empatia foram afastadas e a comunidade começou a desenvolver um “Mundo Belo”, o mundo perfeito que, aparentemente, seria impossível alcançar.

Acordei com uma ideia fixa. Esta história alertou-me para o facto de ser urgente resolver os problemas da sociedade, mostrando a importância de um “Mundo Belo” onde todos são bondosos, sem as tão problemáticas desigualdades que tornam o ser humano tão desumano, maldoso e invejoso.

Sim, o equilíbrio entre os seres humanos é possível!

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TEXTO 4

 Um belo sonho 

Num sonho incrível, acordei num sítio onde os direitos humanos eram como a cena principal de uma peça de teatro. As ruas eram um arco-íris de respeito, onde toda a gente se entendia, fosse quem fosse, não importavam as diferenças. Não havia maldade, bullying ou desigualdade, aqui todos eram amigos.

Nesse lugar incrível, a escola era tipo Hogwarts, mas sem magia. Os alunos podiam estudar o que gostassem, sem stress, e os professores eram como mentores de um campo de férias. Todos tinham a chance de brilhar e mostrar os seus talentos, sem julgamentos. Todos podiam escolher o seu rumo, não importava qual, e todos respeitavam isso. Não havia rótulos, nem preconceitos parvos, só aceitação. A desigualdade de género era uma coisa do passado, todos podiam ser quem eram, sem complicações.

As redes sociais eram como jardins de flores coloridas. Todos partilhavam coisas interessantes, inspiravam-se uns aos outros. Os direitos de expressão eram sagrados, mas toda a gente sabia que as palavras tinham poder, então escolhiam espalhar amor e dar apoio.

Ao cair da noite, todos se encontravam numa grande festa, onde dançavam ao som de músicas que celebravam a liberdade.

Este sonho era o sítio onde as pessoas podiam ser elas próprias, a 100%, e o mais divertido era que, quando acordavam, o sonho continuava, porque todos lutavam, todos os dias, por um mundo assim.

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TEXTO 5

A esperança da humanidade

Era uma vez um planeta chamado Contopia. Nesse planeta havia cinco ilhas, com cinco reis que as governavam. Todas as ilhas tinham um animal majestoso que pastava nas suas terras há milhares de anos e que era o defensor dos outros animais, das plantas, do céu e da terra. 

A ilha maior, com formato de estrela, chamava-se Lusopia, a segunda, com forma de coroa chamava-se Marrepia, a terceira, que era redonda, chamava-se Bolapia, a quarta, pequena como uma ervilha, era a Minipia e, por último, a ilha que liderava que tinha o rei mais sábio e mais forte, tinha o nome de Liberpia.

Todos os anos havia uma cerimónia na ilha de Liberpia, para agradecer às criaturas a proteção e a ajuda durante o ano, e todos os anos quatro criaturas apareciam nessa cerimónia na forma de água, de fogo, de vento e de terra. Contudo, havia uma ilha que não tinha protetor, a ilha de Marrepia. Durante anos, foram criados mitos e lendas sobre qual era o protetor de Marrepia, mas nunca se descobria, até que, um dia, o rei da ilha de Marrepia, revoltou-se e transformou o reino num vasto império que pretendia juntar e governar todas as ilhas tornando-se assim a Antipia.

Todas as ilhas declararam guerra à nova Antipia, mas o que eles não sabiam é que, nos últimos anos, Antipia tinha melhorado o seu armamento e as suas defesas. A guerra durou 11 anos, até que Antipia conseguiu derrotar Minipia e Bolapia, aumentando as suas terras.

Agora Liberpia e Lusopia estavam sozinhas, mas algo aconteceu, então. Certo dia, as quatro criaturas juntaram-se em Liberpia para aparecer em carne e osso perante o rei, prometendo a vitória das ilhas sobre o império de Antipia, mas, para isso acontecer, o rei tinha que prometer procurar um defensor muito poderoso para travar o conflito. O rei aceitou o pedido das criaturas mágicas e ordenou a vários cidadãos que procurassem nas profundezas da sua biblioteca uma solução para o fim do conflito. Com isso, o rei, sem se aperceber, retirou parte das suas tropas da costa e o Anti-Rei, aproveitando a oportunidade, sem pensar duas vezes, decidiu atacar Liberpia, dominando grande parte da ilha.

As criaturas posicionam-se em quatro lugares diferentes à volta do castelo. A batalha começou. Ao entrar no castelo o Anti-Rei deparou-se com a criatura do fogo, que lançou uma imensa chama de fogo sobre ele e o seu exército. Depois, apercebe-se de outra criatura, desta vez era a da terra, cheia de raízes e ramos partidos, que lança um terramoto sobre o exército, derrubando vários soldados. De seguida, a criatura do vento lança um tornado contra eles expulsando grande parte da ilha. Por último, aparece a criatura da água, desencadeando um tsunami, que mandou o Anti-Rei e o resto das suas tropas para o seu império.

Na sua biblioteca, um cidadão da ilha encontra um livro que tem como título “A lenda da criatura da luz”. O rei reúne as criaturas, pois tinham encontrado um livro muito importante. Ao abrir o livro na primeira página lê: “o mais pequeno trará a luz”. Nas páginas seguintes, o rei encontra a imagem de uma criatura mística que lança luz, destruindo a escuridão e a maldade no mundo.

Num instante, as criaturas da terra, da água, do vento e do fogo fundem-se trazendo um pequeno ser luminoso e maravilhoso. O rei dá-lhe o nome de Esperança e fala-lhe do que deve fazer para salvar Contopia e trazer de volta o amor à humanidade.

A criatura voa para fora do castelo, voando na direção do império medonho. O ser luminoso chega no castelo e batalha com o exército do Anti- rei, ganhando. De seguida, a criatura encontra o poderoso e malvado imperador e confronta-o com a sua luz enorme, derrotando-o e trazendo a paz para os cinco reinos, trazendo a tranquilidade e o amor de volta a Contopia.



Comentários

  1. Meu texto preferido foi o texto 1
    Nome:Renata

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  2. Texto 1 - Elvira Barreira

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