Desafiados pela biblioteca, os alunos do ensino secundário do Curso Profissional de Turismo aderiram à proposta da DGE de olharem para determinados provérbios que inferem "desigualdade de poder, de oportunidades e de visibilidade de homens e mulheres, conduzindo a uma subjugação do género feminino e também à promoção de uma masculinidade tóxica" e os alterarem, justificando o motivo da alteração.
Os seguintes provérbios foram enviados para a DGE e estiveram em votação (juntamente com mais 3 selecionados) para seleção do melhor provérbio do mês de dezembro.
- A mulher e a mula, o pau as cura: Os homens querem que as mulheres obedeçam e façam tudo como eles desejam. Se não obedecerem, partem para a violência, da mesma forma como domesticam um animal, com pancada. Este provérbio não faz sentido uma vez que as mulheres fizeram valer os seus direitos e são suficientemente autónomas para não dependerem da vontade masculina.
Proposta de alteração:
# “A mulher não precisa de ser curada”
- Homem, na praça, mulher, em casa: Este provérbio significa que as mulheres são donas de casa, cuidam dos filhos e não têm o direito de trabalhar fora, ficando a depender dos homens; em contrapartida, os homens podem ter vida social, podem sair, podem conviver. O provérbio está desatualizado tendo em conta tudo o que a mulher conquistou para ter os direitos que, hoje, lhe são reconhecidos e a põem fora de casa, em lugares de destaque na sociedade.
Proposta de alteração:
# “Homem e mulher juntos, em casa e na praça”
Outros provérbios adaptados pela turma
- "Entre marido e mulher não se mete a colher": Segundo este provérbio, quando marido e mulher estão a discutir, ninguém se deve intrometer na discussão do casal, mesmo que seja um ato violento. Este provérbio está totalmente desatualizado, porque homens e mulheres, atualmente, têm os mesmos direitos e já lá vai o tempo em que a mulher era educada para ser submissa ao marido, por isso tinha de lhe obedecer e ninguém deveria intervir se houvesse briga. Felizmente, existem associações que apoiam mulheres vítimas de violência doméstica e leis que condenam os prevaricadores, por isso todos têm obrigação moral de intervir e de denunciar estes casos para, assim, se acabar com eles.
Proposta de alteração:
"Entre marido e mulher deve-se meter a colher!"
- Não é brava a mulher que cabe em casa: A mulher que fica em casa não dá trabalho, não fala, não dá opiniões, acata ordens, é mansa, logo, é obediente como animal de estimação que faz tudo o que o dono quer. Felizmente, agora, as mulheres já não ficam passivamente em casa. Estudam, trabalham, têm liberdade de opinião, são cultas e deixaram de ser passivas, adquirindo um papel muito ativo na sociedade.
Proposta de alteração:
"A mulher cabe onde ela quiser."
- Mulher honrada deve ser calada: Este provérbio significa que a mulher calada é aquela que vale mais, pois a sua opinião não tem qualquer valor. Por este meio, os homens querem mostrar que são melhores e que a opinião deles é que vale. Hoje, é um provérbio completamente desatualizado, pois as mulheres muito lutaram para fazerem ouvir a sua voz e conquistar os seus direitos.
Proposta de alteração
“Toda a mulher deve ser honrada, seja faladora ou calada.”
- Mulher sabida é mulher perdida: Mulher sabida é a mulher que é culta e inteligente. Este provérbio significa, na cabeça da nossa sociedade machista, que uma mulher inteligente, que não quer apenas ficar em casa a cuidar dos filhos, que estuda e tem uma profissão é uma mulher que não interessa e ninguém a vai querer.
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