Opinião sobre o livro Vírus, Bactérias e Humanos: Ciência e Histórias de uma Coabitação Atribulada, de Luís M. Aires, 2020
por, Mariana Almeida, Rita Ferreira, Margarida Adegas, Ivanna
Ortiz, Leandro, Inês Resende, Joana Resende, alunos de Biologia 12ºC
A nossa apreciação do livro Vírus, Bactérias e Humanos, com base na leitura do posfácio, é muito positiva, uma vez que o autor, Luís Aires, defende uma perspetiva algo controversa para a opinião pública, afirmando que os vírus devem continuar a existir. Utiliza dois argumentos muito convincentes.
O primeiro argumento é que os vírus estimulam a
evolução humana e a sua capacidade adaptativa. Apesar das peripécias e
incertezas vividas por uma população face a uma infeção viral, nomeadamente falecimento
de indivíduos, desenvolvimento de sequelas graves pelos sobreviventes e
isolamento da população, existem aspetos positivos ligados a este
acontecimento. A espécie humana evolui como um todo, melhorando a sua
organização social (as autoridades mudaram políticas e infraestruturas e a
população reorganizou-se e alterou o seu estilo de vida na pandemia de
Covid-19) e aumentando o conhecimento e avanço tecnológico na área da saúde.
Para além disso, o aparecimento da peste negra, da gripe
espanhola e mais recentemente do SARS-Cov-2 relembraram a espécie humana que,
assim como qualquer espécie, é também imperfeita e suscetível a doenças
causadas por agentes biológicos.
O segundo argumento é biológico, pois segundo o autor, os
vírus, apesar de não serem verdadeiramente seres vivos, têm tanto direito de
existir como nós, humanos. Todos os seres passam por adversidades, que os tornam
suscetíveis à extinção e para ultrapassar esses desafios necessitam de se
adaptar e evoluir, tornando-se mais resistentes. E é neste sentido que existe
justiça biológica: o que permite que tanto os seres vivos como os vírus se
tornem mais aptos no meio em que se encontram são as mutações genéticas e uma
vez que estas são completamente aleatórias, todos estamos no mesmo patamar. A
justiça biológica preocupa-se connosco tanto quanto se preocupa com os
organismos que matamos, as espécies que extinguimos e tudo aquilo que nos
ameaça.
Muitas pessoas dizem o contrário "Os vírus são inúteis e
não deviam existir". No entanto, o autor afirma que essas pessoas não são
capazes de: "ver the big picture, de olhar para as árvores e saber ver a
floresta." Esta visão mais abrangente dos problemas biológicos que a
humanidade enfrenta exige uma população cientificamente informada. E é por isso,
que achamos importante a leitura deste livro.
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